Passeata das Coligações PAI-Terra Ranka e API-Cabas Garandi Interrompida por Forças de Segurança

Dirigentes detidos, manifestantes espancados, e gás lacrimogéneo vencido afetam crianças; PAIGC denuncia repressão e convoca nova mobilização.
Guiné-Bissau vive dia de tensão e repressão policial contra manifestação política Na manhã de quinta-feira, 21 de novembro, as coligações Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) e Aliança Patriótica Inclusiva (API-Cabas Garandi) enfrentaram a força repressiva das autoridades em Bissau, ao tentarem realizar uma passeata pacífica pelas ruas da capital. Sob a justificativa de "ordens superiores", as forças de segurança dispersaram os manifestantes com violência, incluindo o uso indiscriminado de gás lacrimogéneo com validade expirada há quatro anos
Relatos de espancamentos e detenções arbitrárias aumentaram a indignação popular. Entre os detidos estão Dan Ialá, vice-presidente do PAIGC, António Patrocínio, secretário nacional, e líderes como Vicente Fernandes do PCD, que, segundo testemunhas, foi brutalmente espancado no local

No bairro de Míssira, epicentro da repressão, a situação se agravou quando crianças foram afetadas pela inalação de gases tóxicos, o que gerou revolta entre moradores. "Isso não é uma simples intervenção, é uma agressão contra os direitos básicos da nossa população", afirmou um dos líderes comunitários. PAIGC condena e convoca mobilização popular Em resposta, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, condenou com veemência a detenção de dirigentes e a repressão sofrida pelos manifestantes. Em um comunicado, Simões Pereira classificou os atos como evidência de uma "ditadura pior do que a da época colonial" e convocou o povo guineense para uma manifestação nacional no próximo domingo, "em defesa da liberdade e da democracia". Além disso, a União Democrática das Mulheres da Guiné-Bissau (UDEMU) anunciou uma vigília para exigir a libertação dos detidos e repudiar a violência policial.

As coligações PAI-Terra Ranka e API-Cabas Garandi são protagonistas do cenário político atual na Guiné-Bissau, tendo sido peças-chave nas eleições legislativas de 2023. A escalada de tensões, somada à repressão crescente, coloca em xeque o futuro da democracia no país. Com a população dividida e pressionada, os próximos dias serão decisivos para determinar se a Guiné-Bissau optará pela pacificação política ou pela intensificação do confronto entre as forças governamentais e as coligações de oposição.

As organizações internacionais e regionais são chamadas a intervir, enquanto os cidadãos da Guiné-Bissau ponderam os rumos da nação. A manifestação convocada para o próximo domingo será um termômetro do que está por vir em um país sedento por liberdade e justiça.

Por:Rádiobetegb

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