Portugal Repudia Acusações e Mantém Vigilância sobre Desenvolvimentos na Guiné-Bissau"
O governo português emitiu, nesta quarta-feira, um comunicado formal repudiando veementemente as declarações do presidente do parlamento da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira. Em uma entrevista à agência de notícias Lusa, Pereira acusou Portugal de ser utilizado pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, alegando que este último frequentemente menciona conversas com altas autoridades portuguesas como o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa. O executivo português, por sua vez, declarou estar monitorando de perto os desdobramentos na Guiné-Bissau.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, manifestou o repúdio do governo em relação às acusações proferidas por Domingos Simões Pereira. Em comunicado, o governo português afirmou que, respeitando a soberania da Guiné-Bissau, tem cooperado com as instituições guineenses para promover a estabilidade, democracia e o Estado de Direito no país. O documento ressalta que Portugal acompanha atentamente os eventos recentes na Guiné-Bissau.
Na entrevista à Lusa, Domingos Simões Pereira mencionou supostas conversas entre o Presidente guineense e o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, relacionadas com a decisão de Embaló de dissolver o parlamento guineense. Em resposta, Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu que não teve contato com o Presidente guineense desde meados de novembro. Este período coincidiu com a participação conjunta dos líderes portugueses na celebração dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau.
A crise política na Guiné-Bissau se agravou com a detenção de altos dirigentes do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) no final de novembro. A subsequente dissolução do parlamento pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló gerou controvérsias, sendo classificada por Domingos Simões Pereira como um "golpe de Estado constitucional". Em resposta alegada tentativa de golpe, o Presidente guineense acusou Simões Pereira de estar "por trás" dos eventos tumultuosos.
À medida que a crise se desenrola, Portugal expressa sua expectativa de que as instituições guineenses encontrem, respeitando a ordem constitucional, soluções para superar o atual impasse político no país. A atenção internacional se volta agora para os desdobramentos futuros, enquanto as relações diplomáticas entre Portugal e a Guiné-Bissau enfrentam um momento delicado.
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