Umaro Sissoco Embaló denuncia suposto envolvimento do presidente da Assembleia Nacional em planos de desestabilização enquanto anuncia a formação de um novo governo e adia a definição de eleições legislativas antecipadas.
Na mais recente entrevista à France 24, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, não hesitou em apontar o dedo e acusar o presidente da Assembleia Nacional, Domingos Simões Pereira, de estar por trás de uma tentativa de golpe de Estado no país. Num relato detalhado à imprensa internacional, Embaló enfatizou a suposta ligação de Simões Pereira a eventos que visavam desestabilizar a nação.
"Estamos diante de uma tentativa de golpe de Estado. A oposição está envolvida nisso", enfatizou o presidente guineense durante a entrevista, enquanto destacava a descoberta de armas pelo Chefe de Estado-Maior como evidência do intento de golpe.
Ao justificar sua decisão de dissolver o Parlamento, Embaló declarou: "Como o Parlamento está envolvido nesse golpe de Estado, tomei a decisão em nome da segurança nacional". As acusações contra Simões Pereira se intensificaram, com Embaló mencionando escutas telefônicas que, segundo ele, vinculam o presidente da Assembleia ao comandante da Guarda Nacional.
O presidente não poupou críticas, acrescentando alegações de corrupção: "O ex-ministro das Finanças e o secretário de Estado para o Tesouro foram detidos por desvio de fundos. O presidente da Assembleia deu instruções ao comandante da Guarda Nacional para interromper as investigações".
Embaló ressaltou firmemente a necessidade de manter a ordem na Guiné-Bissau, afirmando que "não pode aceitar a desordem no país".
Apesar de afirmar que a ameaça imediata de golpe de Estado foi neutralizada com a prisão de 75 pessoas, o presidente alertou sobre a presença contínua de indivíduos armados em fuga, justificando a postura cautelosa em adiar a definição das eleições legislativas antecipadas. "A população está em pânico", explicou.
"Eu sou um democrata", afirmou Embaló, ao assegurar a intenção de prosseguir com o processo eleitoral. "Na próxima semana, um novo governo será formado e apresentará propostas para novas datas das eleições legislativas antecipadas. Assim, poderei assinar um decreto para fixar a data", concluiu.
