Guiné-Bissau - 20 de Outubro de 2023
Esta manhã, a Associação de Proteção e Defesa dos Idosos da Guiné-Bissau (APDI GB) convocou uma conferência de imprensa no Espaço Verde para chamar a atenção para o silêncio das autoridades judiciais em relação a um trágico caso de espancamento fatal de uma idosa na aldeia de Suzana, que ocorreu em 27 de agosto deste ano. A idosa foi brutalmente agredida por um grupo de jovens da mesma aldeia, que alegava que ela era uma feiticeira, influenciada pela programação de um vidente chamado Djambacus, que estava presente na aldeia na época.
Em conferência de imprensa, o filho da vítima do espancamento, Adriano Manga, fez um apelo emocional às autoridades para que cumpram o seu dever e garantam que a justiça seja feita no caso de sua mãe. Ele afirmou que todos os documentos relacionados ao caso já foram entregues às autoridades competentes, incluindo a Polícia Judiciária (PJ). No entanto, a PJ alega falta de recursos para conduzir uma investigação adequada e eficiente, e Adriano Manga pede que a justiça seja servida antes que seja tarde demais.
O presidente da APDI GB, Nelson Oliveira Intchama, que também se pronunciou sobre o caso, expressou profunda preocupação com o silêncio e a inação das autoridades judiciais em relação ao caso de espancamento fatal de idosos. Ele destacou que a associação já havia apresentado os documentos necessários ao Ministério Público em 4 de setembro de 2023, além de encaminhar a documentação ao Ministério de Ação Social e Promoção das Mulheres. Até ao momento, as autoridades judiciais não responderam nem tomaram medidas para investigar o caso.
Nelson Oliveira Intchama enfatizou que a falta de ação da Polícia Judiciária e do Ministério Público poderia estar encorajando a impunidade e a continuação de tais atos sombrios e bárbaros. Ele ressaltou que, mesmo em um estado democrático de direito, as pessoas continuam perdendo a vida devido à acusação infundada de feitiçaria. Oliveira também relatou que o vidente Djambacus não está mais presente em Suzana, mas os trágicos efeitos de suas permanências permanecem.
Oliveira alega que a APDI GB não está apenas exigindo que as autoridades façam justiça no caso, mas está exigindo que cumpram com seu dever, conforme estipulado na Constituição da República. Ele insiste que o Estado deve conduzir uma investigação rápida e eficaz para identificar e responsabilizar os envolvidos no espancamento fatal de idosos. Caso não haja progresso significativo na investigação até 20 de novembro, a APDI GB planeja realizar uma manifestação em frente ao Ministério Público e à Polícia Judiciária. Oliveira observa que os jovens que perpetraram esses atos atrozes são figuras conhecidas na aldeia, e esse não é o primeiro incidente desse tipo, já que pessoas foram mortas devido a cinco acusações infundadas de feitiçaria. A associação está determinada a garantir que a impunidade não prevaleça e que a justiça seja feita.
Associação APDI GB Clama por Justiça após Caso de Espancamento Fatal em Suzana
byTvbetegb
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