Joana Cobdé Nhanca pede ação contra a suposta ditadura e apela à libertação de prisioneiros políticos
Na manhã desta quinta-feira, por volta das 10h00, a sede do Partido Social Democrático (MSD) tornou-se palco de uma Conferência de Imprensa que abordou temas de extrema relevância para a Guiné-Bissau. Entre os assuntos abordados, destacaram-se as alegadas ameaças e intimidações ao líder do governo MSD, consideradas inconstitucionais, e a crítica situação atual do país.
Joana Cobdé Nhanca, líder do partido, iniciou sua intervenção desejando um feliz ano para todo o povo da Guiné-Bissau, tanto os que se encontram no país quanto os que estão no estrangeiro. Contudo, a tonalidade otimista rapidamente deu lugar a uma análise séria da realidade enfrentada pela nação, marcada por condições precárias e um aumento evidente nos produtos de primeira necessidade.
No cerne da discussão, Joana ressaltou o incidente ocorrido no último dia 24 de dezembro, no qual um grupo de indivíduos desconhecidos vandalizou a viatura da líder política. Essa ação, segundo ela, é apenas um reflexo das tensões presentes no país. Surpreendentemente, Joana apontou as forças armadas como cúmplices dessas adversidades, sugerindo que sua participação em eventos recentes indica uma conexão direta com as ações tomadas pelo atual regime liderado pelo presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló.
A denúncia de Joana foi além, revelando a existência de um grupo de milícia encarregado de vigiar bairros, controlando as conversas e opiniões da população em relação ao regime. Para Joana, isso configura uma situação de ditadura, com o atual governo usurpando o poder e controlando todas as instituições do país.
Num apelo direto ao Ministério Público, a líder do MSD instou as autoridades a desempenharem suas funções com dignidade, buscando impedir interferências indevidas nas instituições. Joana Cobdé Nhanca também apelou à restauração da democracia, defendendo-a como a força motriz do povo.
De forma corajosa, Joana dirigiu-se ao presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, pedindo a libertação imediata dos prisioneiros mantidos em cativeiro. Além disso, expressou confiança no Procurador-Geral da República, Bacari Biai, chamando a atenção do povo para a importância de refletir sobre o respeito à lei e à constituição.
Diante de uma situação política cada vez mais tensa, a Conferência de Imprensa do MSD não apenas revelou as dificuldades enfrentadas pela Guiné-Bissau, mas também lançou um apelo urgente à ação, buscando preservar os valores democráticos e a estabilidade do país.
No desdobramento da Conferência de Imprensa, Joana Cobdé Nhanca, líder do Partido Social Democrático (MSD), não hesitou em abordar uma questão crucial para a estabilidade e confiança na Guiné-Bissau: o sistema judicial. Em tom incisivo, ela considerou o Ministério Público seletivo no que se refere à administração da justiça, afirmando que a situação atual é uma autêntica vergonha para o país.
Joana não poupou críticas, apontando para alegadas irregularidades que minam a credibilidade do sistema judicial guineense. A líder política expressou sua preocupação quanto à falta de imparcialidade, destacando casos em que a justiça pareceria agir de forma seletiva. Essa seletividade, segundo Joana, cria uma atmosfera de desconfiança e mina a confiança da população no sistema legal.
Ao fazer tais declarações, Joana Cobdé Nhanca colocou em pauta a qualidade da justiça no país, caracterizando-a como uma "vergonha". A líder do MSD destacou que a busca pela justiça deve ser feita de maneira equitativa, sem favorecimentos políticos ou outras influências externas que possam comprometer a integridade do processo judicial.
A crítica de Joana estendeu-se ao estado geral da justiça guineense, enfatizando a necessidade urgente de reformas e melhorias substanciais. Ela apelou às autoridades competentes para que intervenham de maneira efetiva, garantindo que a justiça seja verdadeiramente cega, imparcial e acessível a todos os cidadãos.
A contundência das palavras de Joana Cobdé Nhanca durante a Conferência de Imprensa não apenas lança luz sobre as preocupações em relação à justiça na Guiné-Bissau, mas também coloca pressão sobre as instituições responsáveis, instando-as a abordar essas questões de maneira transparente e eficaz. A sociedade guineense agora aguarda atentamente por respostas e ações que possam restabelecer a confiança no sistema judicial do país
Por :Jorge Dafa
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