A organização denuncia vídeo de líder muçulmano que ameaça expulsar não muçulmanos da aldeia de Tinka, enquanto Coordenador Carlos Pereira critica programas de rádio que propagam discursos intolerantes.
Na manhã desta terça-feira, 24 de janeiro, o Coletivo Nô Raiz convocou uma conferência de imprensa, às 10h00, para denunciar um preocupante episódio de intolerância religiosa que assolou a Tabanca de Tinka, situada no setor de Bissorã, região de Oio Norte da Guiné-Bissau. O ponto central da discussão foi um vídeo divulgado por um líder muçulmano, no qual ameaça expulsar todos os não muçulmanos da aldeia, insistindo que a conversão ao Islã é a única opção aceitável. O incidente ocorreu entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, motivo pelo qual o Coletivo Nô Raiz expressou seu veemente repúdio.
Carlos Pereira - Karper, Coordenador da organização, enfatizou durante a conferência de imprensa que tal atitude configura um ato de terrorismo, destacando que a Guiné-Bissau é uma nação laica, onde a coexistência pacífica entre pessoas de diferentes crenças é um valor fundamental. Ele ressaltou a diversidade presente no país e instou a população a não compactuar com atitudes que violem esse princípio.
O Coordenador também abordou a problemática dos programas de rádio que, segundo ele, disseminam discursos intolerantes, sobretudo aqueles que desqualificam outras religiões. Ele exemplificou casos em que seguidores de crenças locais são vilipendiados, utilizando a rádio como meio de propagação. Pereira sublinhou que esse comportamento é inaceitável e instou a sociedade a refletir sobre o impacto de tais discursos divisivos.
Num tom de crítica, o Coordenador questionou como seria se alguém fosse a uma rádio declarar que aqueles que frequentam igrejas estão destinados ao inferno. Ele enfatizou que, da mesma forma como isso seria inaceitável, o vilipêndio de outras religiões também não deve ser tolerado.
O líder do Coletivo Nô Raiz exortou as autoridades a tomarem medidas adequadas em relação à organização Dawa de Barriga do Povo, liderada por Mohamed Gomes, responsabilizando-a pelo ato de intolerância religiosa na aldeia de Tinka. Ele também condenou veementemente todas as emissoras de rádio que veiculam programas religiosos que propagam julgamentos sobre as crenças alheias.
O apelo final do Coordenador Carlos Pereira - Karper foi para que a sociedade guineense se una na promoção da tolerância e do respeito mútuo, rejeitando veementemente qualquer forma de discriminação religiosa que possa comprometer a harmonia nacional.
Por:Jorge Dafa
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