Secretário-Geral e Presidente do PAPES Criticam Governantes, Questionam Decisões e Apelam à Legalidade Institucional
Na manhã de hoje, a sede do Partido PAPES, situada no bairro Militar, foi o epicentro de uma conferência de imprensa densa e repleta de análises críticas sobre a realidade socioeconômica e política da Guiné-Bissau. O evento foi dividido em duas abordagens cruciais, lideradas pelo Secretário-Geral do partido, Mamadu Serifo Baldé, que abordou a perspetiva socioeconômica, e pelo Presidente do PAPES, Malam Sissé, que tratou das questões políticas.
Mamadu Serifo Baldé, em sua intervenção, lançou críticas incisivas à governação atual, destacando a falta de conhecimento administrativo dos governantes e o sistema rotativo no aparelho de Estado. Denunciou a promoção de serventes a cargos de responsabilidade sem competência, baseada em critérios políticos, e questionou a gestão de fundos, referindo-se ao caso dos seis bilhões que mergulharam o país em uma grave crise institucional. O Secretário-Geral lamentou a degradação salarial, o aumento de funcionários na função pública e a retirada de profissionais de saúde e educação, enquanto os pais enfrentavam aumentos. Baldé também criticou a visão limitada do Ministério das Finanças, exigindo a colocação de profissionais competentes na área.
Por outro lado, Malam Sissé, Presidente do partido, expressou a preocupação com a negligência do Estado em cuidar dos mais necessitados, alegando que o foco recai sobre aqueles que não necessitam, beneficiando-se pessoalmente do sistema. Sissé relembrou as eleições legislativas, onde a coligação PAI Terra Ranka obteve maioria absoluta, rejeitando a ideia de formar uma coalizão de governo.
O líder do PAPES destacou a clareza da posição do partido ao lado da população e criticou a insistência em convidar partidos que demonstraram incompetência no passado. Malam Sissé reiterou o direito do partido vencedor de governar e exortou o Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, a marcar a data das eleições legislativas dentro do prazo constitucional de 90 dias.
Ambos os líderes do PAPES lamentaram a situação do sistema judicial, apontando irregularidades nas instituições, especialmente na CNE e no Supremo Tribunal de Justiça. O partido enfatizou a urgência de restabelecer a legalidade nas instituições para garantir um país sustentável e digno, baseado no respeito à Constituição.
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