Ministério Público acusa altos funcionários do governo de autorizarem transferências irregulares, envolvendo bilhões em esquema fraudulento.
Bissau, 08 de Dezembro de 2023 – O Tribunal da Relação de Bissau tomou uma decisão impactante hoje, liderado pelo Juiz Desembargador Mamadú Embaló, ao decretar prisão preventiva para Suleimane Seidi e António Augusto Borja Araújo Monteiro. Ambos são suspeitos de participação em um complexo esquema de fraude financeira que abalou o país nos últimos meses.
De acordo com informações obtidas pela Tv Jornalbetegb, o Ministério Público formalizou acusações contra Suleimane Seidi, Ministro da Economia e Finanças, e António Monteiro, Secretário de Estado do Tesouro. As acusações centram-se na autorização de transferências financeiras irregulares que beneficiaram diversas empresas, incluindo algumas que não foram auditadas ou que sequer existem. O valor total envolvido nesse esquema é superior a 6 bilhões de Francos CFA, segundo o despacho acessado.
O caso veio à tona quando Seidi requisitou financiamento ao Banco da África Ocidental para quitar dívidas com credores, uma solicitação que foi aprovada por Jorge Costa, administrador do banco. Entretanto, o documento apresentava transferências realizadas sem a necessária aprovação do Comité de Tesouraria, desrespeitando os procedimentos legais requeridos, inclusive a ausência de certidão de quitação fiscal dos beneficiários.
Ademais, os pagamentos efetuados ultrapassaram os montantes solicitados e auditados, apontando para uma conscienciosa duplicação de pagamentos e favorecimento de entidades específicas. Essa conduta foi considerada uma séria violação das normas de execução orçamental, além de acusações de participação económica em negócio, peculato e abuso de poder.
Após a determinação da prisão preventiva, os suspeitos foram retirados das instalações da polícia judiciária, mas uma tentativa de fuga resultou num tiroteio com a Guarda Nacional, culminando na sua recaptura. A gravidade dos crimes imputados e o risco potencial de fuga e interferência no curso da justiça justificaram a decisão pela prisão preventiva, segundo fontes judiciais.
Redação : Jornalbetegb
